terça-feira, julho 14, 2009

a intensidade do agora inunda o quarto, enche-lhes os peitos, inspira-os, deixa-os em condição de não pensar. eles são ato, são toques e cabelos entre os dedos, envoltos ambos pelos braços, em queda livre um adentrando o outro, em beijos, apaixonados. línguas e lábios são um, acima e abaixo não fazem sentido, não há distinção de pé nem cabeça, só há braços e pele e a respiração que pára - e volta ofegante em suspiros e arrepios. os seios ora cambaleiam, ora se espremem, os quadris se esfregam, as pernas se entrelaçam em nós indesatáveis, os pelos se ouriçam, o suor se acumula e escorre. as salivas carregam seus sabores intensos, seus cheiros se misturam numa essência perfeita - mais que perfeita, divina. as narinas infladas inspiram o ar denso, as paredes sumiram faz tempo, a vertigem da queda embaralha os sentidos e distribui as cinco cartas completamente misturadas. seu gosto é quente e umido, agradável ao olhar, sedoso-aveludado, com um toque de maçã... então explodem juntos quando a noite os abraça em cumplicidade. seria obcena se não fosse tão sincera e verdadeira e redundantemente presente, a paixão, explícita no silêncio de depois, quebrado apenas pelos olhares e sorrisos trocados.

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